Além de bloquear as duas importantes rodovias, os indígenas também apreenderam uma caçamba da Secretaria da Infra Estrutura do Governo do Estado "Dertins", e segundo o Cacique Emilio Apinajé, o veículo e as rodovias só serão liberadas quando as exigências deles forem atendidas.
Segundo informações dos indígenas, o mês de Março já está terminando e até agora existem aldeias que ainda não iniciaram o ano letivo, porque os veículos não conseguem chegar até elas para buscar e levar os estudantes.
O Cacique Emílio Apinajé, considerado o Cacique dos Caciques desta etnia falou sobre as interdições. Vejam a entrevista no vídeo abaixo:
Ao mesmo tempo foi emitido ofícios e feitos pedidos verbais ao senhor Gilvamar Moreira de Sousa, ex-chefe do DERTINS e ao senhor Adauto Mitsuo, atual Engenheiro chefe desse órgão em Tocantinópolis solicitando a recuperação das estradas internas da área Apinajé, e uma comissão formada pelos caciques das principais aldeias procuraram o prefeito Fabion Gomes ainda no ano passado e este disse que o maquinário da prefeitura não daria conta do serviço, passando a responsabilidade ao Dertins, e assim o problema foi aumentando até chegar a situação que se encontra hoje.
Em uma das tentativas de conseguir resolver o problema o Dertins encaminhou aos indígenas uma proposta um pouco inescrupulosa, no qual a Funai arcaria com as despesas de alimentação e combustíveis para que o maquinário da secretaria pudesse consertar as estradas das aldeias.
No pedido feito pelo Dertins, encaminhado através de um ofício datado de 13 de fevereiro de 2015, consta o pedido de nada menos do que 42.500 (quarenta e dois mil e quinhentos), litros de combustível em sua maioria óleo Diesel, 528 (quinhentos e vinte e oito), refeições sendo carne, arroz, feijão, macarrão e salada, isso para apenas três dias de trabalhos, o que segundo o próprio órgão, daria para consertar as vicinais de 11 aldeias, mas vale ressaltar que na terra apinajé possui cerca de 40.
Como o problema é corriqueiro, e acontece todos os anos durante o período chuvoso, e como a manutenção não é feito á anos, agora em 2015 pelo menos 4 aldeias estão totalmente isoladas por causa de erosões causadas pelas águas da chuva, o que impede a circulação do Transporte Escolar e está deixando centenas de alunos sem ir a escola, e assim para chamar a atenção e manifestar a indignação com o descaso que está acontecendo com os indígenas desta etnia eles resolveram bloquear de forma pacificamente as Rodovias TO-126 e TO-210.
Antes mesmo da interdição destas rodovias, o Ministério Público Federal já havia entrado na questão por intermédio dos indigenistas da Funai que já haviam relatado o caso ao MPF, e assim uma reunião foi marcada para o próximo dia 16 de Abril em Araguaína para explicar a competência da prefeitura, do Estado e da Funai quanto a este problema. Agora resta saber por quanto tempo os indígenas ficarão com essas duas rodovias interditadas, pois pela organização vista nos dois acampamentos, eles estão preparados para um longo período.
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