Faleceu na manhã desta Quinta-feira
(29), o comerciante José Barros Lemos de 73 anos, bastante conhecido em
Tocantinópolis pela alcunha de "Zé da Macaúba".
Barros
era considerado um daqueles comerciantes natos. Natural do município de
União dos Palmares em Alagoas, Macaúba veio morar em Tocantinópolis no
ano de 1972 onde viu na cidade que margeia o Rio Tocantins, um ótimo
lugar para comercializar peixes que na época eram abundantes em toda
região. Apenas um ano depois de sua chegada, José Barros conheceu a
tocantinopolina Zurania Dias Carvalho Lemos com quem se casou no dia 30
de Julho de 1973.
No mesmo ano, sempre ao lado de sua
companheira, passou a comercializar peixes, frutas, verduras e legumes
em uma barraquinha colocada estrategicamente em frente ao antigo mercado
municipal de Tocantinópolis, onde ficou por 30 anos até ser despejado
em 2007 pelo então prefeito Antenor Pinheiro Queiroz que resolveu
reformar o antigo sobrado para, segundo ele, modernizar o histórico
local.
Na ocasião fizemos uma entrevista com
Macaúba que contou aos seus conterrâneos, já que ele se considerava um
tocantinopolino também, o drama que ele e sua família estava passando
por terem sido forçados a sair do ponto comercial que eles usavam para
sobreviver.
"O
prefeito parou o carro dele em frente a minha barraca e me chamou:
'Macaúba venha cá', aí eu fui atender ele: 'Sim senhor seu prefeito'. Aí
ele disse: 'Você já sabe que não é pra ficar aqui?' eu perguntei: 'É
enquanto faz o piso?' Ele disse: 'Não, não é pra ficar aqui, aqui é um
ponto cultural'. Eu falei: 'Seu prefeito e se eu botar na calçada ali?'
Ele disse: 'Eu mando recolher'. E se eu botar em frente da Colônia? 'Eu
mando recolher!' E eu disse: 'E eu vou morrer de fome mesmo? Porque eu
vivo é disso aqui, trabalho, vivo a muitos anos disso aqui dando de
comer pra minha família e pagando os impostos porque eu fui na
prefeitura e você me cobrou, mandou me cobrar 30 conto no alvará de
licença e eu tenho ele lá em casa por prova, então eu vivo disso, o
senhor não quer que eu trabalhe, o que é que eu vou fazer? Vou ser
malandro? Não, eu vou trabalhar aqui mesmo vou botar em cima da
calçada'. Então eu estou com medo de qualquer hora ele mandar me
recolher, qualquer hora. Eu estou esperando que encimentem alí pra mim
poder voltar pro meu lugar de novo. Mais eu tô com muito medo desse
prefeito que a gente não esperava que ele fizesse uma coisa dessas
comigo, eu nunca esperei. Porque lá em casa ele levou foi oito votos,
foi com a cara de santo e aí foi pedindo voto pra todo mundo, porque pra
mim mesmo ele não pediu não mais o povo dele foram lá e eu votei pra
ele, caí na besteira de votar pra ele". Relatou na época
José Barros que não saiu do entorno do mercado, abrindo uma pequena
barraquinha na ladeira abaixo do prédio que até hoje continuava vendendo
principalmente macaúbas que lhe renderam o famoso apelido. (Assistam o depoimento na íntegra no vídeo abaixo)
Zé faleceu na manhã desta Quinta-feira (29), enquanto estava trabalhando "Como sempre".
Familiares contam que ele teria ido até o povoado Ribeirãozinho na zona
rural de Tocantinópolis para comprar raízes de macaxeira para vender em
seu comércio e ele mesmo resolveu arrancá-las quando passou mal e caiu.
Os moradores da chácara onde ele estava acionaram a ambulância mais
quando chegaram o comerciante já tinha falecido.
Seu corpo está sendo velado na residência da família localizada na Rua Couto Magalhães "Famosa Rua do Café" nº 347, próximo ao antigo Porto da Balsa. O enterro está marcado para aconteceu as 17h30min desta sexta feira (30).
Zé deixou uma grande família criada
graças ao seu intenso trabalho diário, já que o comerciante vendia seus
produtos todos os dias em sua barraquinha e no Domingo sempre estava na
feira vendendo peixes. Da união com Zurania nasceram 10 filhos, sendo 04
homens e 04 mulheres ainda vivos que são: Luciano, Alessandro,
Leonardo, Cláudio, Luciana, Ana Márcia, Valéria e Lucinete. Zé da
Macaúba era avô de 13 Netos e 02 Bisnetos.
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