terça-feira, 20 de setembro de 2016

Tocantinópolis e a continuidade da velha política. Entenda


Dia 27/07/16 foram inauguradas várias obras pela cidade. Obras de extrema importância, é verdade. Pavimentação de um trecho de rua, reforma de escola, posto de saúde e uma UPA. Mas o espetáculo todo em torno dessas inaugurações, parece mais coisa pra turista ver, pois quem vive na cidade sabe, que já há muito tempo, existe muita coisa a se fazer. Muitas promessas que ficaram no palanque da atual gestão já estão fazendo parte dos palanques das eleições 2016. É importante mencionar também, que a UPA, obra mais relevante então inaugurada, foi feita praticamente toda com recurso do governo federal, e a gestão municipal, faz de tudo para desinformar a população, querendo levar os créditos por obras que não são inteiramente de sua competência e muito menos feitas com recursos do município.



8 anos de governo, basta verificar o montante dos recursos que entraram no município durante todo esse período. As casas populares do setor olaria e do conjunto Santa Rita, ainda hoje estão inacabadas. Quantas casas de palhas ainda existem no município? A praça do Alto bonito teve que esperar bem mais de 8 anos para ser reformada, os professores não tem seu plano de cargos e carreira, e o acordo de reajuste não foi cumprido no tempo estabelecido, sem esquecer dos inúmeros contratos que servem de barganha eleitoreira, principalmente às vésperas da eleição. As escolas do município tem pintura, mas em algumas falta de tudo. A péssima drenagem urbana do município, ano após ano nunca é resolvida, e em época de chuva algumas ruas ficam cobertas de lama. Onde está o Plano Diretor do Município? O aterro sanitário ainda não saiu do papel. Os quebra molas da cidade são um exemplo de “obras de engenharia” que não deram certo. O portal da transparência não é tão transparente assim e demorou anos para ser colocado a disposição da população. Existe uma lista infindável de coisas que devem ser feitas.


Já no âmbito da câmara municipal, percebe-se que os vereadores não cumprem o seu papel devidamente e vivem da mediocridade em aceitar tudo que a gestão propõe ou impõe. Não fiscalizam, não cobram, não fazem projetos relevantes, não disponibilizam informações em um site de forma atualizada, não atualizam a lei orgânica do município, não agem como uma câmara de vereadores deve agir, com autonomia, transparência e competência. Os vereadores não sabem do seu papel, acham que ajudar pessoas, dar dinheiro e fazer outros favores, faz parte da função de um vereador. Essa, na verdade, é a função deles como cidadãos, não a de um legislador. Infelizmente boa parte da população vê esse tipo de comportamento com naturalidade e talvez a até confunda, por ignorância, essas práticas com as funções reais de um vereador. E pouquíssimos são os candidatos para esta eleição, que talvez fujam do perfil dos atuais vereadores. 


O prefeito e a câmara fingem que fazem muita coisa, e muita gente finge que está tudo bem.
Tratam a coisa pública como se fosse propriedade privada. Agem como se fossem donos da cidade. Não sabem reconhecer o limiar entre suas atribuições e seu papel como simples cidadãos. Agem como se o município fosse o quintal da casa deles, tamanho é o tempo que estão acomodados na incumbência de gerir os recursos e as atividades da prefeitura. Esquecem que são funcionários do povo, e de todo o povo. O município é de toda a população. Os prédios públicos, veículos, recursos não são propriedade privada como assim pensam ser. 


Infelizmente, Tocantinópolis a exemplo do resto do país é marcada pela política da troca de favores, da velha política com características do fisiologismo, e nesses mais de 28 anos de democracia, amarga o domínio de uma oligarquia no poder. O povo não amadureceu politicamente, e uma grande parcela desse povo reproduz as mesmas práticas dos “políticos”. Muitos assistem calados às gestões que pecam na transparência e há anos fazem governos inertes que não promovem nenhuma inovação ou transformação, tornando o município praticamente o mesmo por décadas. A mesma papagaiada nas cores dos prédios públicos, as mesmas ruas esburacadas, os mesmos problemas na saúde e na educação, a falta de valorização dos professores e demais servidores, a carência de projetos culturais, o descaso com o meio ambiente, uma câmara de vereadores obsoleta, pobre de projetos e de iniciativas. Mentes velhas, práticas velhas, representantes que não dialogam com o povo. Seria a hora de mudanças, de renovação, de apostar em pessoas que pudessem inovar, que pudessem mostrar mais transparência na gestão, que de fato fossem competentes. Mas infelizmente, parece que essa hora mais uma vez não vai chegar, visto que a oposição que hora ameaçou se levantar, se esfacelou, se fragmentou, e por consequência irá fortalecer velhas figuras já conhecidas, que com certeza não diferem em nada do atual grupo que hoje domina o cenário político da cidade.


Só o Padre João esteve tanto tempo no poder nesta cidade. Mas parece que a história no futuro mostrará, que ao invés de Padre João, quem realmente ficou mais tempo no poder, foram oligarcas da atualidade.

Fonte: Giano Guimarães - Blog tocantino.com.br


Um poema que reflete um pouco da prática "política" em nossa cidade:

Fariseus

Tentam nos enganar
Com discursos populares
Estudam o que falar
Visitam até os lares

Invocam o nome de Deus
Como se fossem santos
A exemplo dos Fariseus
Maquinam pelos cantos

Está aberto o período de caça
O alvo são os eleitores
Ave Maria cheia de graça
Livra-nos dos mal feitores

Não respeitam o sagrado
Zombam da fé alheia
Acham que sou palhaço
Não tem medo da cadeia

Pra ganhar uma eleição
São capazes de tudo
Compram voto, doam pão
Dizem: “eu te ajudo’

São doutores na arte
De manipular o cidadão
É assim em toda parte
No palanque, no rádio e na televisão.
Fonte: Giano Guimarães - Blog tocantino.com.br

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