"Não
é fácil sermos pacificadores, amar os nossos inimigos e ao mesmo tempo
ter que resolver as questões da violência. Eles estão nos matando, nos
arrancando dessa terra aos poucos, mas Deus tem sido fiel".
O nível dos desafios que a igreja nigeriana
está enfrentando é altíssimo e, embora os cristãos estejam unidos nesse
momento, cada um responde de uma forma, com suas particularidades e
perspectivas. O posicionamento da liderança tem sido unânime a nível
nacional, ela está ciente que precisa lidar com a crise e que necessita
de mais preparo nesse momento, mas também depende da ação do Estado.
Até
agora os líderes não conseguiram produzir uma visão estratégica ou
algum plano para lidar com os problemas atuais. Dessa vez, até a igreja
se surpreendeu com a violência a ponto de ter que paralisar para tomar
providências. Alguns cristãos descrevem a luta com uma passividade
inata, vivendo somente com a preocupação de alcançar o reino do céu.
Outros estão conscientes de que há necessidade de ter um compromisso com
a transformação social, além de certo engajamento político, a fim de
defender os mais fracos e desprotegidos, em especial as crianças e os
idosos que não têm como se defender.
O estado não tem fornecido proteção
suficiente, como é o caso da minoria que vive no norte da Nigéria. Entre
tantos desafios, será que existe um que seja maior que todos? Os
cristãos nigerianos dizem que sim.
O desafio para a igreja no norte da
Nigéria é muito maior do que se pensava anteriormente; ela tem que
encontrar uma maneira de continuar existindo em áreas onde a presença
cristã foi praticamente extinta. "Não é fácil sermos pacificadores, amar
os nossos inimigos e ao mesmo tempo ter que resolver as questões da
violência. Eles estão nos matando, nos arrancando dessa terra aos
poucos, mas Deus tem sido fiel.
Alguns precisam ir embora para outros
lugares, mas os que ficam sabem que é por um propósito maior. Ainda há
muçulmanos querendo se converter ao cristianismo e se a igreja partir,
quem vai pregar o evangelho para eles? Por isso permanecemos aqui, Deus
tem nos fortalecido para essa missão", afirma uma cristã nigeriana
perseguida.
"A violência despertou a igreja nigeriana,
agora não cessamos de orar. Essa situação aumentou a nossa fé em Deus",
disse outro cristão. Todos eles concordam que o amor pelos perseguidores
é algo difícil de ser praticado, mas que precisa ser exercitado. Para
ajuda-los, a Portas Abertas tem trabalhado na preparação de todos os
envolvidos para lidar com a violência religiosa, além de oferecer
formação aos jovens e oferecendo também tratamentos para a cura dos
traumas, além de outras providências humanitárias.
"Esse último
relatório nos deu uma grande oportunidade de mostrar ao mundo inteiro o
que tem acontecido dentro da Nigéria, especialmente sobre tudo o que os
cristãos estão enfrentando aqui", conclui Musa Asake, secretário-geral
da Associação Cristã da Nigéria.
Fonte: Portas Abertas
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